Café...tudo de bom!

30.11.16

Lo sé de cierto porque lo tengo visto // Bem sei porque o tenho visto


**LO SÉ DE CIERTO PORQUE LO TENGO VISTO**


Mi amor son estas islas y cayos
que el sol, los vientos, el aguacero acosan.
Mi amor son estos trazos de líneas imprecisas
— aves y aperos, reptiles o ramajes —
en un mapa pequeño.


Amar estas imágenes
que reducen a límites menores
mi mirada, mi voz y mi memoria,
nadie lo dude, duele
hasta tocar el fondo de uno mismo.


¿y es que frente a este esbozo
de contornos geográficos
no se siente otro amor por las distancias?
¿No nos atraen lejanas otras lindes?


Miro el mapa que mis niñas dibujan
en un cuaderno nuevo.
Cuán mayores ya son estas abuelas
Que, en sillones de mimbres, entre almohadones
nos relatan memorias de sus luchas:
las guerras, los ciclones, la familia.


¿Qué antiguas e inocentes estas islas,
que mi razón exaltan,
para que no queramos oírles otra historia?
Mi amor son estas tierras
y son también mi angustia.


(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982) 



**BEM SEI PORQUE O TENHO VISTO** 


Meu amor são esta ilhas e recifes
que o sol, os ventos, o aguaceiro encurralam.
Meu amor são estes traços de linhas imprecisas
— aves e selas, répteis ou ramagens —
num mapa pequeno.


Amar estas imagens
que se reduzem a limites menores
minha memória, meu olhar, minha voz,
ninguém duvide, dói
até tocar o fundo de cada um de nós.


Será que diante deste esboço
de contornos geográficos
não se sente outro amor pelas distâncias?
Não nos atraem outras longínquas fronteiras?


Olho o mapa que minhas filhas desenham
num caderno novo.
Como estão velhas essas vovós
que, em poltronas de vime, entre almofadões
nos relatam memórias de suas lutas:
as guerras, os ciclones, a família.


Que antigas e inocentes estas ilhas,
que minha razão exaltam,
para que não queiramos ouvir delas outra história?
Meu amor são estas terras
e são também minha angústia.

(De: Campo de amor y de batalla, 1963-1982)


**PABLO ARMANDO FERNÁNDEZ**
(1930)
Salterio y lamentación (1953) apresenta este poeta, oriundo de um meio provinciano que se assombra diante do bosque humano da cidade grande. Em 1955 Eugenio Florit faz o prólogo de Nuevos poemas. Um contato rápido com o origenismo na década de 1950 talvez lhe tenha oferecido recursos para Toda la poesía (1961) e para Himnos (1962), tão distantes, no entanto, do círculo do famoso grupo de poetas. O tom elegíaco entremeado com o conversacional ama­durece em Libro de los héroes(1964). Em 1970 aparece Un sitio permanen­te, depois compilado em Campo de amor y de batalla (1984). O mais impor­tante de sua obra poética se encontra em El sueño, la razón (1988). Pablo Ar­mando é um importante romancista e membro destacado do coloquialismo cubano.

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